Documentário "Ôrí" discute cultura negra no Brasil

sexta-feira, 22 de maio de 2009 às 13:54
Nesta sexta-feira volta às telas de São Paulo e Rio de Janeiro, o documentário "Ôrí", lançado nos cinemas em 1989. O filme surgiu através de um trabalho colaborativo da cineasta e socióloga Raquel Gerber e da historiadora Beatriz Nascimento, morta em 1995. O documentário traz à tona discussões sobre a cultura negra durante as décadas de 1970 e 1980. Um resultado de 10 anos de pesquisa, para montar esse quebra-cabeça, a diretora Raquel Gerber mostra depoimentos de pessoas-chave do movimento negro, em filmagens realizadas em vários Estados brasileiros (Rio de Janeiro, São Paulo, Alagoas e Minas Gerais) e na África Ocidental (Costa do Marfim e Senegal). Em especial, os acalorados debates realizados durante a Quinzena do Negro, promovida pela Universidade de São Paulo (USP), em 1977. Sem defender um ponto de vista, "Ôrí" não deixa de ser poeticamente provocador. Com textos escritos e narrados por Beatriz Nascimento, a obra faz uma ligação à ideologia dos Quilombos (desde a África Centro-Ocidental até sua recriação no Brasil) aos discursos defendidos pelos mais diferentes grupos sociais. Ôrí vem de um termo de origem yorubá, povo da África Ocidental, significa "cabeça", a consciência negra na sua relação com o tempo, à história e a memória.