Há 120 anos nascia Chaplin, maior gênio da comédia dramática.

quinta-feira, 16 de abril de 2009 às 13:46
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Em 16 de abril de 1889 nascia em Londres Charles Chaplin, o genial diretor, roteirista, produtor, ator e humanista. Falar desse personagem não é uma tarefa fácil. Até hoje sua obra é considerada moderna e avançada e seus filmes entraram para o Olimpo do cinema. Sua vida pessoal foi envolvida por escândalos e polêmicas, mais propriamente devido a dois fatores: suas convicções políticas e sua obsessão por mulheres. De uma família fora dos padrões, daquilo que se pode considerar normal seu pai era alcoólatra e a mãe, uma atriz frustrada e desequilibrada mentalmente. Sua infância paupérrima e cheia de dificuldades acabou por inspirá-lo em seus filmes, especialmente no famoso vagabundo. Chaplin começou sua carreira nos teatros ingleses aos 5 anos de idade, cantando e dançando. Por volta de 1910, participou da trupe de Fred Karno, onde se tornou amigo pessoal de Arthur Stanley Jefferson, que mais tarde conquistaria o mundo com o nome de Stan Laurel, e formaria com Oliver Hardy a dupla O Gordo & O Magro. Foi com Karno que Chaplin visitou os Estados Unidos em várias turnês, estabelecendo-se na América a partir de 1913. Descoberto pelo grande produtor de filmes mudos, Mack Sennet, que, apesar de não gostar do comediante, o contratou para suas famosas comédias mudas. Foi nessa companhia que o ator, aos 24 anos, criou seu personagem imortal: o vagabundo. O próprio Chaplin disse em sua autobiografia que o Carlitos (como foi conhecido no Brasil) era todo contraditório com suas calças largas, jaqueta apertada e chapéu coco, além, é óbvio, de ser um verdadeiro cavalheiro em trajes de mendigo. Em 1915, Chaplin assinou contrato com várias produtoras diferentes que lhe davam total liberdade de criação e produção, mesmo porque os filmes dele vendiam muito. Foi nesse período que ele desenvolveu sua técnica como, a total ausência de script. Técnica utilizada em situações previamente combinadas, mas com total improviso de sua companhia, além de um rigor que levava os atores à exaustão, dadas as inúmeras vezes que uma cena era refilmada. Em 1919 junto aos super-astros do cinema mudo, Mary Pickford e Douglas Fairbanks e ao diretor de super-produções D.W. Griffith, fundou a United Artists Pictures para fugir do controle das grandes produtoras e dos financiadores inescrupulosos, lançando filmes como Gold Rush e O Circo. Apesar do surgimento dos filmes falados, Chaplin ficou bastante resistente à nova ideia. Entretanto, o ator conseguiu emplacar dois sucessos inesquecíveis e referências em comédias dramáticas como, o tocante Luzes da Cidade e o maravilhoso Tempos Modernos. Mas, o primeiro filme falado dirigido, escrito e interpretado por ele foi O Grande Ditador de 1940. A obra era um ato de desafio a Adolph Hitler e Benito Mussolini, com Chaplin fazendo um papel duplo, o do barbeiro judeu e do ditador Adenoyd Hynkel da Tomania. A crítica ao nazismo, a exposição dos planos de Hitler e o retrato dos judeus perseguidos foram tão contundentes que ditadores reais da época, entre eles o espanhol Franco o baniram dos territórios ocupados. Seu grande fracasso cinematográfico foi Monsieur Verdoux, de 1947, uma comédia de humor negro mostrando um assassino de mulheres ricas e fúteis. O filme foi visto como um libelo contra o capitalismo e Chaplin, que já tinha fama de esquerdista acabou pagando o preço de sua ousadia, sendo expulso dos Estados Unidos em 1952. Em 1975 Chaplin recebeu o título de Cavaleiro do Império Britânico. E em 1977, aos 84 anos de idade Chaplin faleceu quando estava dormindo.